O número que dá título a este texto poderia representar uma infinidade de coisas; mas é simplesmente a contagem oficial de dias que permaneci em silêncio desde o último texto.
Agora o mais curioso é pensar: "Como uma pessoa tão comunicativa poderia ficar em silêncio!?"
...
Após um período de conscientização e extremo autoconhecimento acreditava que a carruagem oficial do meu reino, o reino que decidi habitar e governar, estaria sobre meu comando porém estive enganado. A euforia abriu uma estrada para a hibernação; simplesmente adormeci.
A característica mais inerente do meu ser sobrepôs aquilo que mais havia almejado!
Agora apenas no meu âmago surgiam e fluíam palavras... sentimentos... emoções.
Sentimentos e minhas verdades foram/estavam represados.
Mesmo verbalizando uma infinidade de coisas, a força das minhas palavras ficou internalizada. Meu sentimento estava preso.
Aqueles eram palavras lançadas ao vento...
Fui transladado para uma campina... Nela andei durante muito tempo tendo apenas como companheira a relva verdejante que cobria a imensidão... Longa foi a jornada até me deparar com o vale do silêncio. No vale tudo era acinzentado, o colorido agora estava na lembrança. Andei... andei... e o caminho verticalizado parecia não ter fim, parecia não ter outra saída. E não tinha.
Como se estivesse circundado pela morte, deparei-me com frondoso e gigantesco paredão de pedra que se colocou a minha frente como o colosso de Rodes... Não sabia o que fazer... Fiquei ali estático... como em estado de choque... o tempo tornou-se insignificante.
Tomado por uma sensação de pavor e desespero percebi que os céus do lugar em que estava apesar de não mostrar-se azul havia tomado a essência do bronze...
Eu pude ver e sentir os céus de bronze e num instante pisava no chão de ferro.
Sabendo que essa realidade não me pertencia, com meu olhar furtivo procurei socorro... alívio... abrigo...
Num relance percebi que na base daquele paredão, defronte a mim, encontrava-se uma abertura. Não sabia o que era, se era seguro ou habitável, mas fui ao seu encontro pois queria fugir daquela cena.
Ao me aproximar avistei em forma de arco de meia-volta as palavras "υπομονή σπηλιά"... Não sabia o significado mas queria estar ali... Vi que tratava-se de uma caverna e que poderia ali me abrigar para não desfalecer devido as circunstâncias em que me encontrava.
Ali naquele lugar a escuridão era majestade... ali imperava o silêncio... ali não existiam palavras, sentimentos ou emoções...
Ali naquela caverna fez-se a minha morada...
Existiam lugares profundos ainda não sondados, lugares onde não se conseguia medir a profundidade. Existiam partes dessa caverna que ainda não foram exploradas.
Tornei-me um eremita das palavras.
Ali permaneci... adormeci num sono como o dos mortos... Mas antes de entregar-me completamente a este sono que tornaria-se revitalizante, ouvi um som que veio ao meu encontro, doce melodia foi a que ouvi que anunciava o seguinte: "Seja bem vindo a Adulão!"
Adormeci...
Por ali permaneci por quinhentos e dezoito longos dias...
O tempo passou... Acordei... abrir meus olhos e ao meu lado deparei-me com um manto que estava sendo iluminado por um raio de luz que adentrava naquele lugar lúgubre e sombrio, através de uma fresta no teto da caverna... Até hoje não sei quem o colocou ali, mas logo lembrei que tinha um reino para administrar e que já havia estado ali tempo demais.
Sentia-me renovado.
Devidamente paramentado não hesitei em deixar aquele lugar... Apressado fui ao encontro da saída e não tive nem a oportunidade de sentir a atmosfera que me fez adentrar na caverna; o vale do chão de ferro e céu de bronze havia ficado para trás. Novamente fui transladado e posto junto a um caminho ladeado pelo mais belo campo que os olhos humanos podem vislumbrar... de uma beleza indescritível... ímpar...
Estava de volta ao meu reino...
Pude ouvir o som dos menestréis sonetos, fazendo canções...
Novamente ví que no reino da escrita poderia demonstrar tudo o que sinto pois nele não há limites! E minhas PALAVRAS, SENTIMENTOS & EMOÇÕES são os coroados desse reino!
Aos que não esperavam...
Voltei...
Devidamente paramentado não hesitei em deixar aquele lugar... Apressado fui ao encontro da saída e não tive nem a oportunidade de sentir a atmosfera que me fez adentrar na caverna; o vale do chão de ferro e céu de bronze havia ficado para trás. Novamente fui transladado e posto junto a um caminho ladeado pelo mais belo campo que os olhos humanos podem vislumbrar... de uma beleza indescritível... ímpar...
Estava de volta ao meu reino...
Pude ouvir o som dos menestréis sonetos, fazendo canções...
Novamente ví que no reino da escrita poderia demonstrar tudo o que sinto pois nele não há limites! E minhas PALAVRAS, SENTIMENTOS & EMOÇÕES são os coroados desse reino!
Aos que não esperavam...
Voltei...